JBS

Mudança de opinião de Trump sobre Lula pode ser graças ao magnata da carne bovina brasileiro

publicidade

David Allen
Um coproprietário da gigante brasileira de processamento de carnes JBS se encontrou privadamente com o presidente dos EUA, Donald Trump, cerca de três semanas antes de Trump estender um ramo de oliveira surpresa ao presidente do Brasil em seu discurso nas Nações Unidas na terça-feira, disseram à Reuters três pessoas com conhecimento do encontro.
Essa reunião ajudou a abrir caminho para Trump adotar um tom mais favorável a Lula na ONU, disseram duas das fontes.
a terça-feira, Trump elogiou o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, apesar de meses de discussões entre os dois líderes sobre o que a Casa Branca chamou de “caça às bruxas” no Brasil contra um aliado de Trump.
“Tivemos uma boa conversa e combinamos de nos encontrar na semana que vem”, disse Trump. “Por pelo menos 39 segundos, tivemos uma química excelente”, acrescentou.
Em julho, a Casa Branca impôs tarifas de 50% sobre a maioria das importações brasileiras, incluindo carne, potencialmente afetando a cadeia de suprimentos de empresas alimentícias, incluindo a JBS e sua subsidiária Pilgrim’s Pride (PPC.O).
Foi nas semanas seguintes que o coproprietário da JBS, Joesley Batista, conseguiu marcar uma reunião com Trump, conforme noticiado primeiramente pelo jornal Folha de São Paulo.
A JBS não quis comentar, e a Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Segundo uma das pessoas com conhecimento da conversa, Batista disse a Trump que as tarifas que ele impôs aos produtos brasileiros estavam tornando a carne bovina muito cara para os americanos.
Os impostos foram citados pela Casa Branca como retaliação contra o que Trump acreditava ser uma perseguição injusta ao ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, um incendiário de direita que neste mês foi condenado por planejar um golpe para permanecer no poder após perder a eleição de 2022.

OUTRAS REUNIÕES

A JBS se tornou uma empresa de capital aberto nos Estados Unidos em junho, uma mudança no mercado americano que aumentou a exposição da empresa às políticas da Casa Branca.
A Pilgrim’s Pride, sua subsidiária produtora de aves, fez uma doação de US$ 5 milhões ao Comitê Inaugural Trump-Vance, dizendo que tinha uma “longa história bipartidária de participação no processo cívico”.
Joesley e seu irmão Wesley Batista também foram vistos com Lula em eventos públicos diversas vezes. Empréstimos do Banco de Desenvolvimento do Brasil (BNDES) à JBS durante o governo Lula anterior ajudaram a empresa a se tornar a maior processadora de carne do mundo.
Mais tarde, os Batistas admitiram ter subornado 1.800 políticos como parte de uma ampla investigação anticorrupção.
A JBS afirmou que as reuniões com autoridades públicas seguem seu código de conduta.
Outros líderes empresariais do Brasil têm se reunido com autoridades do governo Trump nas últimas semanas para pressionar por tarifas mais baixas.
Embraer (EMBR3.SA) O presidente-executivo Francisco Gomes Neto disse à Reuters no início deste mês que estava tentando marcar reuniões para discutir tarifas sobre os produtos da fabricante de aviões.
A empresa obteve uma vitória quando a Casa Branca excluiu peças de avião das tarifas de 50% impostas à maioria dos produtos brasileiros. Mas tarifas de 10% ainda se aplicam aos produtos da Embraer.
Nem o Brasil nem as autoridades americanas compartilharam mais detalhes sobre um possível encontro entre Trump e Lula na próxima semana.
Mas Lula disse a repórteres em Nova York na quarta-feira que estava disposto a se encontrar com Trump pessoalmente e que eles colocariam “tudo na mesa”.
“O que antes parecia impossível deixou de ser impossível e realmente aconteceu”, disse Lula.
COMENTE ABAIXO:
Leia Também:  Portugal endurece regras para imigrção e se aproxima de tendência europeias

Compartilhe essa Notícia

publicidade

publicidade